O Open Energy é uma tendência no setor elétrico mundial que pode chegar ao Brasil em breve. Esse modelo aberto no uso dos dados contribui para novos serviços e produtos, beneficiando consumidores e fornecedores.
Um caso similar é o open finance. Ao ser adotado, diversas soluções foram criadas para melhorar o ambiente de negócios do setor financeiro. Por isso, a expectativa, no fornecimento de energia, é de incentivo à inovação e surgimento de oportunidades.
Neste artigo, entenda o que é Open Energy e como a abertura dos dados pode contribuir para o desenvolvimento e inovação do setor elétrico!
O que é Open Energy?
Open Energy é a abertura dos dados de consumo de energia elétrica, dando poder de decisão para os consumidores sobre o seu uso e possibilitando a aplicação em diferentes produtos e serviços. Com isso, o mercado pode criar soluções inovadoras e produtos personalizados.
Em um modelo fechado, os dados estão “presos” junto ao fornecedor de energia. Por exemplo, se uma empresa quisesse monitorar o seu consumo para fornecer recomendações de economia, não seria possível usar as informações do medidor local.
Além disso, não há incentivo para inovação em relação à coleta de dados. Se a única aplicação é considerar o total de consumo e calcular uma tarifa, não há por que desenvolver sensores mais sofisticados e obter um conhecimento diferenciado.
Ter a “energia aberta” em operação significa obter o máximo deste ativo, que são as informações. A partir daí, o mercado pode inovar e desenvolver soluções para a satisfação de demandas dos consumidores.
Como funciona a energia aberta?
A característica principal do Open Energy é a interoperabilidade. Os dados deixam de estar presos junto a um único fornecedor, e o consumidor passa a ter poder de decisão sobre o compartilhamento das informações.
Assim, é possível usar as informações em diferentes canais, produtos e serviços.
Como paralelo, a consequência é semelhante ao Open Banking. Tão logo os dados se tornaram compartilháveis, surgiram diversas soluções:
- monitoramento de boletos;
- análises de crédito com dados de instituições financeiras externas;
- gestão do saldo de múltiplas contas.
No âmbito do Open Energy, também é possível esperar diversas aplicações dos dados que os consumidores decidem compartilhar:
- monitorar o consumo;
- comparar planos de energia;
- identificar a melhor hora de recarregar um carro elétrico.
- Aumentar a transparência nas cobranças.
Os dados coletados sobre consumo podem ser apresentados de forma simples com gráficos, planilhas e quadros para o consumidor.
Ao disponibilizar esse serviço, o consumo e as cobranças se tornam mais transparentes, melhorando a relação de confiança entre fornecedor e cliente.
Quais são as vantagens do Open Energy?
O Open Energy contribui para melhorar a eficiência e soluções para o consumidor de energia. Além disso, os fornecedores podem desenvolver produtos, criar oportunidades de negócios e construir vantagens competitivas.
Aumentar a transparência nas cobranças
Os dados coletados sobre o consumo podem ser apresentados de maneira simplificada, usando gráficos, planilhas e quadros para os consumidores.
Ao oferecer esse serviço, as informações de consumo e as cobranças tornam-se mais transparentes, fortalecendo a relação de confiança entre fornecedor e cliente.
Ter acesso a tarifas diferenciadas
Os fornecedores podem abrir mão dos modelos de cobrança pelo total de consumo, criando tarifas diferenciadas.
Um exemplo são os clientes serem premiados por reduzir a utilização nos horários de pico. Outro caso seria premiar as pessoas que adotam placas solares e devolvem energia para a rede pública.
Adotar diferentes fontes de energia
O Open Energy também está relacionado ao mercado de energia livre. É um facilitador para a adoção de diferentes fornecedores e fontes de energia (hidrelétrica, solar, eólica etc.), com a possibilidade de interoperabilidade dos dados.
Incentivar a inovação e sustentabilidade
A disponibilidade de dados possibilita a criação de produtos e serviços mais personalizados para as necessidades dos consumidores. Entre as soluções, é possível buscar mais economia, eficiência energética e redução do impacto ambiental.
Tendências do setor elétrico a partir do Open Energy
As tendências do Open Energy já são vistas em outros países. Sistemas de monitoramento, eficiência energética e redução do consumo são as principais inovações.
Exemplos internacionais
No Reino Unido, a empresa OPower desenvolveu uma plataforma de monitoramento de consumo. Nela, os consumidores podem gerar relatórios para reduzir as despesas com energia elétrica, com base nos hábitos e dados de consumo.
Na Austrália, o governo criou um programa chamado “Energy Made Easy“. Nele, o consumidor pode solicitar uma comparação entre diferentes planos de energia, com base nos dados compartilhados via Open Energy. Isso torna mais fácil encontrar um ótimo custo-benefício.
Open Energy no Brasil
No Brasil, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) realizou um pedido de regulamentação temporária do Open Energy junto à Aneel.
Alguns desafios para a implantação incluem a falta de padronização, os cuidados com a LGPD e a ausência de interoperabilidade no sistema atual.
O Open Energy é uma tendência em outros países e começa a ser vista com bons olhos pelo mercado brasileiro. Com a regulamentação, será possível criar projetos-piloto e iniciar o processo de transformação do uso dos dados no setor.
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Em resumo
Open Energy é um modelo disruptivo que abre dados de consumo de energia, capacitando consumidores e promovendo inovação. Essa abertura permite soluções personalizadas, maior eficiência e fontes de energia diversificadas.
O Open Energy traz diversos benefícios para o setor de eletricidade:
– aumento da transparência;
– acesso a tarifas diferenciadas;
– adoção de diferentes fontes de energia;
-incentivo à inovação e sustentabilidade.